Rescisão com a Ithaka Implica Indemnização Além da Devolução dos 65 Milhões
A rescisão do contrato entre o FC Porto e a Ithaka envolve mais do que a simples devolução dos 65 milhões de euros investidos, ao contrário do que foi afirmado por Pinto da Costa durante a campanha eleitoral. Contexto e Problemas Financeiros
Com o pagamento dos salários de Maio aos funcionários do FC Porto garantido, André Villas-Boas concentra-se agora em dois temas cruciais para a gestão do clube: a reestruturação da dívida, que ultrapassava os 220 milhões de euros no último relatório de contas de dezembro de 2023, e a revisão ou rescisão do contrato com a Ithaka, firmado pela administração anterior para melhorar a utilização e rentabilidade do Estádio do Dragão.
ANÁLISE DO CONTRATO COM A ITHAKA
Durante a campanha eleitoral, Pinto da Costa assegurou que qualquer novo presidente poderia rescindir o contrato até 1 de julho, devolvendo os 65 milhões de euros. No entanto, a administração de Villas-Boas, após uma análise detalhada do contrato assinado pouco antes das eleições, constatou que a rescisão unilateral implica também o pagamento de uma indemnização, devido a cláusulas penais previstas no acordo.
RENEGOCIAÇÃO COM A ITHAKA
As conversas entre o departamento jurídico do FC Porto e os representantes da filial espanhola da Ithaka têm sido intensas. O objetivo é renegociar os termos do contrato, que prevê a cedência de 30% dos direitos económicos de uma nova sociedade incorporada no Grupo FC Porto por 25 anos, após os quais o clube recuperaria a totalidade dos direitos económicos do Estádio do Dragão.
VALORIZAÇÃO DOS DIREITOS ECONÓMICOS
André Villas-Boas sempre considerou que os direitos cedidos valem “pelo menos o dobro” dos 65 milhões de euros acordados pela administração anterior. Este ponto é crucial nas negociações para garantir que o clube não saia prejudicado financeiramente.
REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA
O refinanciamento da dívida é outro tópico prioritário para a administração de Villas-Boas. Com um passivo de 512,7 milhões de euros e uma dívida financeira de 223,1 milhões de euros em dezembro de 2023, a situação financeira do clube é crítica. Bancos internacionais como JPMorgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs mostram-se interessados em renegociar a dívida, visando melhores condições de pagamento e taxas de juros mais favoráveis.
CONCLUSÃO
A rescisão do contrato com a Ithaka envolve mais complexidade do que a simples devolução dos 65 milhões de euros, incluindo o pagamento de indemnizações. Além disso, a reestruturação da dívida é essencial para assegurar a estabilidade financeira do FC Porto. As negociações em curso e o interesse de grandes bancos internacionais são passos importantes para o futuro económico do clube.