Pinto da Costa ‘abre livro’. Do FC Porto àqueles que não quer no funeral
Ex-presidente do FC Porto explicou, ainda, os motivos que o levaram a recandidatar-se à presidência do clube, apesar de saber que lutava contra um cancro.
A TVI emitiu, ao início da noite deste domingo, a primeira de duas partes de uma extensa entrevista concedida por Jorge Nuno Pinto da Costa, na qual este abordou diversos temas, não só no plano desportivo, como também no pessoal.
O antigo presidente do FC Porto tornou públicos, pela primeira vez, os motivos que o levaram a candidatar-se às eleições para a presidência do FC Porto (das quais saiu derrotado por André Villas-Boas, no passado mês de abril), assim como o que esteve por trás das renovações dos contratos de Sérgio Conceição e de Pepe (que não chegou a ser oficializada).
Além disso, o ex-líder máximo do conjunto azul e branco revelou que recusou realizar quimioterapia e que até já pagou o próprio funeral… ao qual nem todos irão poder assistir, visto que o próprio elaborou uma lista com nomes ‘proibidos’.
Irá lançar um livro em outubro
‘Azul até ao fim’. A capa vai ter um grande impacto, mas não posso, por acordo com o editor, dizer. Mas foi escolhida por mim.
Traições entre portistas
Só podem trair os que estão ao lado de nós, porque os outros são adversários. Os que traem são os que estão cá dentro.
O que quer que digam de si
Os que não me gramam, vão dizer que eu era isto e aquilo. Os meus amigos vão dizer bem. Há uma coisa que ninguém pode dizer, é que, em vida, tenha prejudicado alguém intencionalmente, ou que tenha feito algo de ilícito. Tenho a certeza de que isso ninguém irá dizer. Agora, é óbvio que a minha família ver entrar, com ar solene, uma pessoa com uma coroa de flores, sabendo que este gajo foi um traidor, um sacana para o meu pai… Isso, não quero, não por mim, mas por eles.
O funeral
Já paguei o funeral. Dizem que nunca tinha acontecido, que as pessoas só pagam depois da Missa do Sétimo Dia. Eu disse ‘Não, pago já, que é para não empurrarem uns para os outros e ninguém ter a preocupação de pagar o funeral’. Vai ser como eu quero. Quero que o meu corpo vá para a Igreja das Antes, que eu frequento semanalmente. Não quero ninguém de preto. Quero tudo de azul. Depois, há pessoas que não quero lá. Não vou revelar, mas estão no livro, que sairá em outubro (…). São todos os que me traíram durante a vida. São algumas pessoas… Mas, depois, vê-se. Eu quero que o meu funeral não seja, como em muitos, em que vejo meia dúzia de pessoas à volta de um caixão, com sentimentos de lamento profundo, e outros cá fora a contar anedotas. Não quero que, naquele momento, a minha família e amigos sintam que estão rodeados de hipócritas. Quero saber que eles sentem que todos estão com o mesmo sentimento, de amizade, saudade, de acreditar que vou para um mundo melhor e que, um dia, irão ter comigo.