Luís Filipe Vieira diz que Rui Costa “não é líder”: “Não pode tratar por ‘mano’…”
Rui Costa não o mencionou, tem mágoa? “Não. Já lhe disse que numa altura desta tem de haver solidariedade, sobretudo quando coabitam durante anos. Eu sou solidário, esse gesto marcou-me profundamente. Quem não consegue realçar a história do Benfica e fica calado. Se me dissessem que era proibido falar no meu nome… Era e é. Mas não conseguem apagar o meu nome.”
Crise por liderança fraca? “Hoje toda a gente viu, o Rui Costa não é líder. A liderança não se aprende. A experiência empresarial faz um líder e hoje não é líder. Nesta fase complicada tem de mudar de posição. Não pode permitir que o tratem por Rui, é o presidente do Benfica. Eu tratava por tu, mas chamavam-me por presidente. Não pode dizer: ‘Ó mano, como vão os negócios?’. Houve gente que ouviu isto. É o presidente do Benfica, a maior instituição do país, não é uma creche. Não pode tratar por ‘mano’ aqui ou ‘mano’ ali, nem que o tratem por Rui.”
Quem Rui Costa trata assim? “Nomeadamente o Rui Pedro Braz. Se ainda estivesse no Benfica ele não teria a liberdade que tem, parece que faz circuito nos aeroportos com os jogadores de um lado para o outro. Dias antes de vender determinado jogador, disse-lh: ‘ó Rui, se voltas a vender um jogador sem a minha autorização…’ Nem digo mais, tinhas as contas feitas. ‘O homem saiu e fiquei abandonado. O Rui não percebe nada disso’, disse o Rui Pedro Braz a um empresário. E disse coisas de mim. Mas isso não ligo porque a verdade vem sempre ao de cima.”
Momento da entrevista é para dar alerta? “Primeiro saiu Miguel Moreira, que o Rui Costa queria pôr fora do Benfica, porque argumentava que se tinha de falar comigo primeiro. Eu era presidente e falávamos do resultado que íamos ter no fim da época, o que tínhamos de vender, coisa que agora não se faz. Tínhamos cultura de trabalho e exigência muito forte. Para recuperarmos o Benfica trabalhámos muito. Essa cultura ficou cimentada, mas hoje não existe. Se era para se fazer hoje, tinha de se fazer. Agora não temos meios.”