André Villas-Boas, “o impiedoso”. Todas as traições e as vítimas do novo presidente desde que tomou posse do Dragão
No FC Porto, a liderança do novo presidente não é consensual e se muitos acreditam que tenha de ter mão de ferro para 'limpar a casa', outros afirmam que Villas-Boas agiu de forma cruel com algumas pessoas, sobretudo com o filho de Sérgio Conceição.
André Villas-Boas tomou conta do poder há apenas alguns meses, mas já é visto entre aqueles que privam com ele como “o impiedoso”. No Dragão paira no ar não só a sensação de uma mão pesada – que pode ser precisa – mas também de alguma “sede de vingança” em relação há algumas pessoas que, principalmente desde a campanha eleitoral que o opôs a Pinto da Costa, entraram numa espécie de “lista negra”.
E os ‘ódios de estimação’ são vários. O treinador Sérgio Conceição foi uma das primeiras ‘vítimas’ de Villas-Boas. Assumidamente a apoiar a candidatura de Pinto da Costa, o técnico sentiu a animosidade do novo presidente não só quando fez saber que já não contava com ele, mas como, em simultâneo, estabelecia conversações com Vítor Bruno – lançado por Conceição e o seu braço direito – para assumir os comandos da equipa.
“Foi um golpe muito duro. Não só afastou o Sérgio como foi buscar a pessoa em quem ele mais confiava. Isso deixou uma sensação grande de mágoa e revolta, porque a sensação que ficou não foi de muita honestidade”, diz uma fonte.
Mas se esse foi um aspeto que, só por si, já melindrou Sérgio Conceição, os meses que se seguiram deixaram-no ainda mais agastado por ver a forma como o filho, Francisco, estava a ser atingido por estilhaços da guerra. Na verdade, não havia condições para que o jovem continuasse ao serviço dos Dragões, onde era visto como uma espécie de “aliado do inimigo”. Até se concretizar a transferência do jogador para a Juventus, a família de Conceição sofreu a dobrar por aquilo que o jovem estava a ser obrigado a passar, e que se revelou altamente injusto.
“Não deixa de ser irónico, porque o Sérgio sempre foi muito rígido e nunca deixou que a relação pai/filho passasse para os relvados, aliás, pelo contrário, sempre foi de um profissionalismo exemplar. E depois o filho acabou por sofrer por causa da ligação. Há uma grande sensação de injustiça”, diz a fonte.
Quem se mexe por dentro dos meandros do FC Porto não deixa de ter a sensação de que, neste momento, todos aqueles que, de alguma forma, estavam ligados a Pinto da Costa foram segregados. E se para muitos esta é a forma que o novo presidente encontrou para ‘limpar a casa’ de tudo aquilo que considerava estar mal, para outros é uma espécie de vingança, que teve início quando ele próprio, outrora aliado de Pinto da Costa, decidiu seguir noutra direção e assumir a candidatura. “Há muitos, muitos casos de pessoas que já foram ‘corridas’. A filha do Pinto da Costa (Joana, que trabalhava no departamento de Marketing) foi o mais óbvio, mas há muitos mais”, aponta a fonte.