Ascensão e queda de Otávio e Iván Jaime no FC Porto
Central está há cinco jogos consecutivos sem aparecer numa ficha de jogo e espanhol foi pela primeira vez para a bancada, na receção ao SC Braga. Dois investimentos avultados (€22 M) que não rendem juros
Pela primeira vez, esta época, Iván Jaime assistiu a um jogo na bancada. Aconteceu no FC Porto-SC Braga, com o espanhol a ser excluído da ficha de jogo, o mesmo sucedendo a Otávio, neste caso pela quinta vez consecutiva. Deixou de ser novidade o central esquerdino não constar das primeiras escolhas de Vítor Bruno desde que somou erros comprometedores contra o Sporting, em Alvalade, e depois frente ao Farense, no Dragão.
Dois ex-famalicenses em queda, após ascensões meteóricas no FC Porto, em fases diferentes: Otávio, de 22 anos, entrou de caras no onze quando foi contratado em janeiro e justificou com atuações sólidas a sua posição, ainda que evidenciasse algum excesso de confiança que esteve, afinal, na origem da sua desgraça. Protegido das críticas e da exposição ao erro, o defesa não foi ao banco nas partidas com o Vitória, Bodo/Glimt, Arouca, Man. United e SC Braga.
Tão ou mais aparatosa foi a ascensão e queda de Iván Jaime. Ou, olhando o caso por outro prisma, a queda (porque acabou a época passada afastado do grupo com Jorge Sánchez, Franco e Toni Martínez), a ressurreição, com Vítor Bruno a dar-lhe o espaço na equipa, e o progressivo desaparecimento do criativo, que marcou o golo da vitória na final da Supertaça, com o Sporting, em Aveiro. Esse triunfo por 4-3, com reviravolta nunca vista, impulsionou Iván Jaime na Liga e fez abrir sorrisos aos portistas: dois golos nos primeiros jogos do campeonato, com Gil Vicente (3-0) e Santa Clara (2-0), e duas assistências na partida seguinte, frente ao Rio Ave (2-0).
O clássico em Alvalade já mostrou um Iván Jaime mais mortiço e o jogo com o Farense ditou, por assim dizer, um pequeno intervalo na sua utilização. Suplente não utilizado com o Vitória, teve nova hipótese no duelo da Liga Europa, com o Bodo/Glimt, para mais uma atuação cinzenta. Duas contratações que, juntas, valem 22 milhões. Otávio Custou €12 milhões, por 80 por cento do passe, e Iván Jaime €10 milhões, por 90 por cento dos direitos económicos.