Benfica

Jaime Antunes foi dos mais criticados na AG do Benfica e ainda mandou um estouro no Sporting

Durante a Assembleia Geral do Benfica, dedicada à discussão do Relatório e Contas do clube, que registou um prejuízo de 21 milhões de euros, Jaime Antunes, vice-presidente, foi alvo de muitas críticas. Entre assobios e pedidos de demissão, Antunes iniciou a sua intervenção abordando as contas das modalidades.

“Muitos sócios intervêm e fazem uma mistura entre as contas do clube e as contas do consolidado [ouve assobios dos sócios]. Um sócio disse aqui que havia um descontrolo nas contas das modalidades, citando o meu colega Fernando Tavares, mas neste exercício tiveram um comportamento até bastante positivo (assobios) em relação ao que estava orçamentado apresentámos um crescimento de receitas de 1 M€ e uma redução de 1 M€ em custos diretos com as equipas. O resultado negativo de 1,6 M€ é fácil de explicar. Tínhamos previsto um resultado de 1 M€, com um desvio de 4,7 M€. Como sabem tivemos um processo inflacionista no país [assobios], só as licenças da Microsoft aumentaram mais de 15% [ouvem-se risos da bancada]”, começou por dizer, mandando em seguida um “estouro” no Sporting.

 

“O Benfica aumentou as suas equipas. Não tínhamos andebol feminino e voleibol feminino. Agora temos. A não ser que queiram começar a cortar equipas, nós começamos a cortar equipas. Sabem quanto o Benfica investe no projeto olímpico? Façam uma proposta para que o Benfica sustente o projeto olímpico. O Benfica nunca esteve no risco de fair play financeiro. O Benfica nunca precisou de um perdão bancário de 100 M€ para pagar aos fornecedores. O Benfica não tem uma lavandaria. No ano do Covid, o Benfica tinha custos diretos com as modalidades de 10 M€, passámos para 14 M€. Nesse ano ganhámos 9 títulos. No último ano ganhámos 23. Aumentámos 4 M€ nos custos e aumentámos o número de títulos. O Benfica está comprometido em apostar no êxito desportivo. Podem estar descansados. Com esta direção…”, continuou.

 

 

“Mais uma vez é importante clarificar que estamos a falar das contas do clube, contas consolidadas e contas da SAD. O clube tem dívida a fornecedores, não tem dívidas bancárias. A dívida líquida é uma realidade que cresceu na SAD, quando esta direção tomou posse fez um trabalho extraordinário de reestruturação do plantel, custos para se libertar de um conjunto de jogadores”, afirmou numa segunda intervenção na Assembleia-Geral.

 

“Isso explica uma parte muito significativa do aumento. Quando comparamos o período antes da Covid com o período da Covid, o Benfica passou todo esse período sem fazer um único corte de custos e salários em toda a sua atividade. Enquanto as empresas faziam layoff e cortes de salários, o Benfica fez questão de honrar todas as suas responsabilidades com os seus trabalhadores, fornecedores e com toda a sua atividade. Podem concordar ou discordar, mas o que é facto é que foi assim. Isso levou a que tivesse um impacto em termos de dívida líquida a descer. Houve uma reestruturação do plantel de futebol. O presidente pode explicar com mais detalhes, mas este processo está terminado. Vamos esperar nos próximos anos, vamos ter certamente uma evolução bem mais positiva. Há um controlo de contas no Benfica. O Benfica não vai entrar em situação de descontrolo financeiro com esta direção”, concluiu.

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