“Não sou advogado, nem juiz…”. Bruno Lage ‘finta’ caso dos emails
Treinador do Benfica não quis alongar-se em comentários extradesportivos, garantindo estar apenas preocupado com o desempenho da equipa dentro de campo.
Bruno Lage ‘fintou’, esta sexta-feira, as questões relacionadas com o caso dos emails, garantindo estar apenas focado no desempenho do Benfica dentro de campo. Na antevisão do jogo frente ao Pevidém, para a Taça de Portugal, o treinador encarnado não se alongou em comentários, apontando para aquele que é o seu papel dentro do clube.
“O presidente [Rui Costa] fala connosco sobre as questões do dia a dia, e da equipa. Isso é que é importante. Eu como treinador, tenho duas obrigações: preparar a equipa da melhor forma e que amanhã a equipa entre em campo a dar uma imagem à Benfica. As outras coisas… Entendo as vossas questões, mas a minha preocupação e a minha responsabilidade é o que a equipa vai fazendo. Amanhã temos de apresentar uma boa imagem”, começou por dizer Bruno Lage, antes de ser novamente questionado sobre o tema e o impacto do mesmo nos jogadores.
“Caso fique provado alguma coisa…. Há um processo que vai ter de correr. Não sou advogado, nem juiz. Sou treinador e o meu foco é preparar a equipa. A melhor forma de blindar a equipa passa pelos jogadores olharem para nós, equipa técnica, como exemplo. Aquilo que falamos entre nós, no jogo e no treino, conhecer os jogadores melhor. Temos aqui jogadores que podem jogar em várias posições e a forma como preparamos o jogo de amanhã, semelhante ao Nacional e ao Atlético. Esse é o exemplo para manter a equipa focada amanhã. Dar uma imagem à Benfica amanhã”, rematou o treinador do Benfica.
Recorde-se que de acordo com um despacho do Ministério Público (MP), a que agência Lusa teve acesso na terça-feira, a Benfica SAD e o antigo presidente Luís Filipe Vieira foram acusados de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e fraude fiscal, com a sociedade a recordar hoje que “nenhum outro dos anteriores ou atuais membros do Conselho de Administração da Sociedade, incluindo o seu presidente, foi acusado no âmbito deste processo”.
Além da SAD, e de Luís Filipe Vieira, o despacho que iliba o atual presidente ‘encarnado’, Rui Costa, envolve também o antigo assessor jurídico do clube, Paulo Gonçalves, e a SAD do Vitória de Setúbal.
Em causa está, segundo a acusação, um alegado esquema que teve como mentor Luís Filipe Vieira e que teria como objetivo a subversão da verdade desportiva pelo controlo de outros clubes para facilitarem ao Benfica nos jogos de confronto direto.
A investigação da Polícia Judiciária, realizada entre 2016 e 2019, também se debruçou sobre a atuação da equipa do Vitória em jogos contra o Benfica, tendo concluído que o clube da Luz foi beneficiado pela má atuação em campo, alegadamente propositada, de alguns atletas adversários.
