Rúben Amorim: «Até na mesa da refeição é difícil olhar e perder tantas referências»

Rúben Amorim analisou este sábado, depois da vitória do Sporting sobre o Ath. Bilbao para o Troféu Cinco Violinos (3-0), a pré-temporada dos leões, assim como as perdas de Coates, Neto, Adán e Paulinho, que deixaram o clube. À Sport TV, o treinador leonino considerou que a equipa está “no bom caminho”.

Foi um bom teste para fechar a pré-época?
“Sim, contra uma excelente equipa. O jogo teve muito ritmo e isso é sempre importante. Vamos ter a Supertaça com um jogo dividido de início de época e a parte física é sempre importante. Quem entrou mostrou vontade de jogar. Perdemos algumas bolas, mas depois reagimos bem, tivemos mais oportunidades e controlámos o jogo. Estamos num bom caminho”.

Está confiante para a próxima época? Balanço?
“Estamos sempre confiantes, mas sabemos das dificuldades. Depois a pressão é totalmente diferente, há mais medo de errar. Sabemos que é um mundo diferente a competição e por isso é que é mais difícil. Fizemos um bom estágio, tivemos muitos jovens connosco e tiveram todos espaço para jogar. Fizemos pelo menos dois jogos de 90 minutos. Nuno Santos faz-nos muita falta, St. Juste também, mas teremos outros para colmatar as ausências”.

Sporting perde algumas referências… Como está o plantel? O que significou a despedida de Coates?
“Fico muito feliz porque o Seba deu muito ao clube e passou uma fase difícil, é sempre bom até para o resto da vida os jogadores saírem por cima. Neto, Paulinho deram-nos muito, mas há ciclos que temos de mudar. Seba foi uma coisa diferente, não foi planeada. Há coisas na vida pessoal que temos de entender e o Seba ganhou o direito de decidir. Até na mesa da refeição é difícil olhar e perder tantas referências. A média de idades baixou mas isso também é entusiasmante. O público ajudou muito. Alguns jogadores terão de crescer e têm de estar prontos para isso”.

Do que viu na pré-época, Sporting está melhor do que Benfica e FC Porto?
“Não vi, dei uma vista de olhos no FC Porto mas do Benfica não vi nada. Teremos tempo para fazer a avaliação. Estava muito focado na avaliação da nossa equipa, mas os jogos da pré-época valem o que valem. É um mundo diferente. Estamos preparados para o jogo e vamos ser competitivos”.

À Sporting TV:

Muitas saudades de estar em Alvalade?
“Sim, o nível está igual nas bancadas, as pessoas a receberem-nos. Dá sempre saudades. Num bom ambiente, num bom momento, mas já no passado tivemos maus momentos e este ambiente em Alvalade é sempre uma constante. É sempre um prazer voltar a casa”.

Análise à pré-temporada
“Acima de tudo, muita competição para ganhar um lugar na equipa. As exibições foram crescendo e isso é sempre bom, não houve um começo muito forte e depois um baixar. Foi contínuo o nosso crescimento, criámos alguns laços e isso era importante porque saíram peças importantes da liderança do grupo. Há uma liderança nova e um ambiente muito saudável, assim como muito talento na juventude. O futuro do Sporting é este ambiente e os valores da formação, mas agora entramos no mundo da competição e temos de ganhar”.

Inácio foi o mais velho da defesa…
“Nós esquecemo-nos que o Inácio é um miúdo, mas o importante é a maturidade de todos eles. Não interessa a idade, o que interessa é a capacidade que demonstram no dia-a-dia”.

Quenda tem 17 anos…
“É algo que também já falámos internamente, na ligação formação-futebol profissional. Às vezes podemos acelerar alguns jogadores, o Quenda o ano passado quase não passou pela B. Tem muito talento, é muito maduro e entende o jogo como um adulto. Tem muito para crescer, obviamente, mas acho que fez um excelente jogo e temos ali jogador”.

Kovacevic e Debast
“Apesar de tudo, as características [são importantes]. Adán saiu, veio o Vladan. Pinto e Israel têm característica modernas. Acertámos nas característica, mas tem muito para melhorar. O Zeno é olhar para o talento que tem. Vai ter jogos diferentes onde as equipas não vão pressionar tanto, vão estar baixas, e aí vai aparecer um ou outro defeito. Mas olhando para o jogo, diria que o scouting acertou”.

Morten com a braçadeira… É estranho chegar ao treino e não ver Seba, Paulinho ou Neto?
“Saíram os que estavam cá desde o primeiro dia, é uma renovação constante. Mas fico feliz por terem saído num momento feliz. O Morten já era capitão sem ser capitão, mas queria também realçar o Nuno Santos. Mesmo sem a braçadeira tornou-se capitão, mas o treinador só pode escolher três. Agora é que vai começar a competição e precisamos de todos”.

Época arranca com a Supertaça…
“Queremos começar bem, crescer nas exibições. Sabemos que o FC Porto é uma equipa muito adulta e que, apesar de ter mudado de treinador, tem um treinador muito bom, que conhece muito bem a equipa. Ganharam a Taça de Portugal e desta vez queremos vencer”.